segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Guardas da fronteira: a saga começa.

Parte I: Uma sociedade sem batera.

Bem, quem reconhecer esse título como uma música dos Engenheiros do Hawaii, está certo. Inclusive esse não é só o título desta crônica e da música em questão. Era também o nome de minha primeira banda( de rock, é claro) com o velho Marco. Entre os amigos, Marco Doido. Nunca entendi esse apelido; sempre foi um cara tranqüilo, calmo e sensato. Acho que isso era coisa de Mémé... o velho Alex da outra crônica. Não sei bem ao certo, mas transcorria o ano de 1995 ou 1996. Eu e Marco corríamos de baixo para cima as ruas de Muritiba City à procura de um baterista para nossa banda. A coisa não era fácil. Cidade de interior, da Bahia, encontrar um baterista de rock que tivesse bateria e curtisse o som que gostávamos... era pau viola. Depois de tanto procurar e esquentar a cuca, fomos encontrar um cara que sempre fora nosso colega de escola: o Fábio Luís. Grande sujeito. Além de colega e amigo, tinha o cabelo grande e curtia Engenheiros do Hawaii. Lembrava o Humberto Gessinger. Currículo fechado. Só tinha um problema: ele não sabia tocar bateria, nem tinha o instrumento. Pô, mas o cara tinha discos (bolachões, os antigos LP’s) dos Engenheiros! Ficamos radiantes e contentes quando ele aceitou e disse que estava pra comprar uma batera. A banda ia sair. Ainda faltava uma guitarra pra mim e um contrabaixo para Marco. Mas isso era um detalhe, o mais complicado estava certo: o batera. Passaram-se alguns dias. As cordas estavam garantidas. Íamos conseguir uns instrumentos emprestados. Mas o Fábio, ainda nada com a batera. Passaram-se mais outros dias e nada. Outros tantos de dias e nada. Até que vimos que essa batera e o batera na verdade não estavam tão certos como imaginávamos. Conversamos com Fábio e ele disse que não ia dar. Tranqüilo, o cara era nosso amigo. Só perdemos um tempo precioso em cima de um instrumentista, ou pelo menos de um futuro instrumentista. Voltávamos à estaca zero. Novamente faltava um baterista. Mas não saímos no zero a zero. Já era experiência para nossa vida de músico. Além disso, comprei O Papa é pop, dos Engenheiros do Hawaii, na mão de Fábio. Um tanto arranhado e pulando. Mas era dos Engenheiros do Hawaii!


Fabio Cruz

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