sexta-feira, 12 de novembro de 2010

"Pedrus Flamejante"

Paulo é um divisor de águas para muitas coisas. Foi através dele que conhecemos Sandro, "Sandro Bochecha", como Fábio o chamava, e que se tornou um amigo depois de entrar para os Guardas da Fronteira como baterista. Nesta formação - eu, Fábio e Sandro - passamos toda a história da banda em Muritiba city, algo que durou pouco mais de três anos. E foram anos de ouro, há que se dizer.
Mas ainda na "pré-história", enquanto eu e Fábio caçávamos um "batera" na cidade, evoluíamos tocando nossos violões em bancos de praça, juntando amigos e bebendo algo que na época chamávamos de vinho... (Acredito que só não nos tornamos bons músicos por causa disso!). Paulo, desde então, participava de nossos ciclos de amizade e não por menos era querido e estimado por todos.
As noitadas nos bancos de praça eram longas: ficávamos ali, conversando, contando piadas, ouvindo um som ou fazendo um com os violões. Hoje, eu até entendo porque quando encontro meus amigos ficamos até altas horas, - quando não amanhecemos o dia - conversando; mas naqueles tempos, nos víamos na escola, na rua, íamos às casa de cada um e ainda assim estávamos costumeiramente a ficar nestes esquemas.
E eram vários os esquemas. Lembro que, de certa feita, resolvemos tocar numa noite de Natal (ou Revellon?) em uma praça qualquer e, entediados por sermos os únicos a estarmos lá, decidimos ir para a casa do Pedro prepararmos uma bebida para nos aquecer no frio Muritibano. Não tínhamos dinheiro de modo que , seja lá o que fôssemos fazer, teria de ser na base da "reciclagem" e "reaproveitamento".
Na casa de Pedro, pegamos umas sobras de vodkas, whysky, conhaque, colocamos tudo no liquidificador, misturamos mais umas frutas, açúcar e acho que até leite foi no caneco! Estava feito: uma coisa que batizamos de "Pedrus Flamejante" em referência ao "Homer Flamejante" do episódio "Flaming Moe´s", do desenho "The Simpsons".
Ao contrário do desenho, porém, o "Pedrus Flamejante" tinha gosto de tinta... de tecido! Não servia como tinta, é certo, pois ainda guardava um forte cheiro de suco de manga. Mas não conseguimos beber e chegamos a encher um pet de dois litros para "garantir" a noitada. Ao voltarmos para a praça, no entanto, encontramos um dos "bêbados de rotina" da cidade. Pensando em dar um bom destino à nossa iguaria, doamos todo o seu conteúdo, com a garrafa e tudo, para o necessitado rapaz, que o aceitou de muito bongrado e o levou seguindo o caminho que já fazia. Só lembro que, no dia seguinte, o Paulo disse que viu o cara todo "arrebentado" (machucado) em uma das ruas da cidade. Ficamos sem saber que outra propriedade do "Pedrus Flamejante" não descobrimos...

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Farofa dormida ou dormir com a farofa? (Parte II)

Pois é...momentos ímpares como esses são perfeitos para lembrar do que aprontávamos!!! A farra foi regada por uma bebida famosa na época, conhecida como 'Ligante', perfeita para o evento: baratíssima e com um efeito devastador! Fazíamos a 'velha vaquinha' e comprávamos algumas garrafas. A noite já ía longe quando o efeito do 'Ligante' já tinha deixado todo mundo 'ligado'. Só que todo mundo ficou 'ligado' junto e nosso companheiro Paulo sumiu. Quando demos 'fé' do sumiço, nos mobilizamos e cada um foi para uma direção em busca de Paulo, principalmente porque foi cogitada a possibilidade dele ter ido em direção ao mar e se afogar, diante do estado em que se encontrava. O dia amanheceu e ficamos desesperados por não termos nenhuma pista do nosso companheiro. Cansados, fomos em direção ao local onde estávamos acampados (o único em que não pensamos em procurar) e, para surpresa/ira de todos, Paulo dormia tranquilamente. A sensação de alívio se misturou com o estilo da galera de resolver tudo com uma brincadeira, e resolvemos nos 'vingar' (no bom sentido), pregando uma 'peça' nele. Achamos uma cobra morta no fundo da barraca e o 'sensível' Pedro teve uma idéia brilhante: pintaríamos Paulo, com creme dental, como se fosse um dos componentes da Timbalada, (a sensaçãomusical na época) e colocaríamos a cobra morta no peito dele. Feito isso, o acordamos gritando que tinha uma cobra em cima dele, e quando viu, saiu correndo da barraca em direção à praia, que já estava cheia de gente, se batendo e gritando SOCORRO, SOCORRO!!! O detalhe é que ele estava interessado numa menina que tinha acampado do lado da gente, que quando viu a cena, as esperanças de uma possível aproximação caíram por terra. POis é...e tudo sempre se resolvia!
Cristiano

terça-feira, 9 de novembro de 2010

"coisas" de Fábio...

Local: Clube Arlindão ( Muritiba city)
Evento: Casamento do nosso amigo Weeeeeetoooooo
Como não poderia ser diferente sentamos na mesma mesa. Todos bem comportados (é claro).
Até nosso héroi começar a comer o enfeite da mesa. E ainda nem estava bêbado!

Lá pras tantas e muitas cervas, o povo embriagado e “mal educado” começava ir embora. Nós da área vip; amigos de weeetooo; Educadíssimos, por sinal, ficamos solidários a ele a varias cervas que ficaram sozinhas ao relento. Ao invés de uma cerveja colocada na mesa (como no inicio da festa) agora eram duas, três ou até mais; O garçom ( ou garçonete,não me lembro que espécie era aquela) nem esperava a gente pedir, pois dirigia-se a nossa mesa e largava mais uma cerva; E mesmo com a mesa cheia de garrafa e copos transbordando dizíamos gulosos e felizes pode trazer mais uma!!!!
Até a cerveja rejeitada de outras mesas vizinhas aceitávamos...
Evidente, pessoas conscientes que somos, devido à falta de água no mundo não poderíamos desperdiçar nada; Principalmente uma água tão preciosa como aquela!
Mas, conversas a parte, muita loucura e idas ao banheiro para amenizar a situação da bexiga! O nosso herói que comeu o enfeite no inicio da festa resolve ir ao banheiro. Alguns minutos depois o doido volta rindo a toa.
-O que aconteceu? Perguntamos
- Galera vocês não vão acreditar...- diz ele mostrando na mão nada mais, nada menos do que a maçaneta do banheiro.
O mesmo disse que ao atravessar a porta do banheiro a manga da blusa prendeu na maçaneta e a mesma saiu da porta. Das duas, uma!: Ou a maçaneta estava quebrada ou a blusa dele era muito boa!
O interessante é que qualquer pessoa normal tentaria colocar a maçaneta no lugar ou deixaria ela por lá.
Mas, nosso herói não era qualquer pessoa... Era nada mais, nada menos Fábio Cruz - vulgo "cara de jaca".

por : Gil

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Weeeeeeeeeetooooooooooo

Noite de Festa do Bonfim em Muritiba city. Lá estava eu bebendo uma cerva pra variar. Mas que derepente surgi duas figuras inusitadas. O primeiro era Cristiano que depois de algum tempo virou um grande amigo e parceiro de come –fogo ( costumávamos beber uma garrafa de vinho ou licor em um bate papo sobre as coisas da vida.). E o outro era Paulinho que a cada minuto... digo segundos gritava pelo irmão( outro brother , que em breve temos que falar sobre esta figura).Weeeeeeeeeetooooooooo , ou coisa parecida. Se eu estava bêbado, Cristiano embriagado ele estava trêbado. Quase caindo, não falando coisa com coisa e todos nós riamos muito. Era só perguntar cadê Weliton e Paulinho berrava aos quatro ventos: Weeeeeeeeeeeeeeetoooooooooooo.
E assim foi a noite toda em meio a muitas latinhas dávamos o grito de guerra (“pra comer água”): Weeeeeeeeeeeeeeetoooooooooooo.
Bebemos e bebemos muito... No dia seguinte ao que eu me lembre ele (Paulinho) estava quase morto;Mas pronto para começar novamente a beber e assim ficou marcada a noite de Weeeeeeeeeeeeeeeetoooooooooooo
por: Gil

Guardas da fronteira: begins

A origem dos "Guardas da fronteira" tem uma pré-história. Na verdade, a minha geração e na cidade onde morava - Muritiba city - já era algo comum todo adolescente se aventurar em uma banda e, como estávamos na Bahia, os estilos mais diversos surgiam. Não é a tôa que antes mesmo de iniciarmos a saga "guardo-fronteiriça" que Fábio e eu havíamos realizado uma verdadeira perigrinação entre os músicos que, como nós, tentavam começar alguma coisa.
Assim como os Titãs - deuses pré-mitológicos Gregos - figuras que jamais soubemos os nomes verdadeiros entraram em nossos ciclos de amizade: Zeinho, Júlio (do Sítio em contraposição ao Júlio "Negão"), Jáu, Henrique, Ziel e Thór, sendo este último o principal ponto de intersecção entre esses dois universos que hora se uniam: o do Rock ´n Roll e o daquelas músicas locais (samba, axé, pagode). "Se uniam" é jeito de dizer, pois na verdade o acerto foi o seguinte: tínhamos uma garagem e eles os equipamentos; estávamos sem os equipamentos e eles sem um local de ensaio. E foi assim que começamos.
Na fase da perigrinação, contudo, circulamos muito, muito mesmo pela cidade, entrando em bandas das mais diversas, todas principiando, ou nós fazendo propostas a pessoas que nos eram apresentadas. Claro, sempre bandas de Rock, mas com músicos não tão roqueiros assim, pois os verdadeiros, de gerações anteriores, como o Eduardo, Cesinha, meu irmão Cristiano, Sandrinho, dentre outros, estavam fora do páreo, seja por já estarem encaixados, seja porque (agora entendo) éramos pirralhos...
Em uma dessas tentativas, conhecemos o Henrique, baterista. Bem, ele se apresentou como sendo e até deu para nos enganar quando na casa do Anderson, um grande amigo de infância e com o qual tentamos também fazer uma banda com ele nos teclados, ele - o Henrique - sentou numa e, digamos, "marcou o compasso". Naquela altura e com a decisão acerca do Fábio Luís, resolvemos chamá-lo para ser um "Guarda da fronteira".
Posto e feito, passamos a ensaiar em sua casa, num bairro distante do centro da cidade chamado "Paraguai", meio que como uma ironia do destino: o nome da banda passou a ser associado ao fato de estarmos lá, "na fronteira". Mas isso foi só mais uma tentativa, talvez a primeira somente comigo, com Fábio e mais alguém. Logo percebemos que Henrique não daria p´ro trampo quando tentamos, junto com ele, tocar uma música que na época já considerávamos fácil e levamos dois ensaios para isso... sem conseguir. Depois dele, o mesmo destino nos levou a Sandro. Aí sim entramos no "Anno Domini guardo-fronteiriço". O que ficou desse período, realmente, foi o quanto obstinados fomos e a figura de nosso primeiro "baterista", o Henrique, que apesar de ter o instrumento, assim como o Fábio Luís não sabia tocar. Aliás, como os outros, "Henrique" não era seu nome verdadeiro e chegamos até a saber, certa vez, seu nome de batismo. Mas, como toda pré-história, essa informação será sempre uma estimativa.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Guardas da fronteira: a saga começa.

Parte I: Uma sociedade sem batera.

Bem, quem reconhecer esse título como uma música dos Engenheiros do Hawaii, está certo. Inclusive esse não é só o título desta crônica e da música em questão. Era também o nome de minha primeira banda( de rock, é claro) com o velho Marco. Entre os amigos, Marco Doido. Nunca entendi esse apelido; sempre foi um cara tranqüilo, calmo e sensato. Acho que isso era coisa de Mémé... o velho Alex da outra crônica. Não sei bem ao certo, mas transcorria o ano de 1995 ou 1996. Eu e Marco corríamos de baixo para cima as ruas de Muritiba City à procura de um baterista para nossa banda. A coisa não era fácil. Cidade de interior, da Bahia, encontrar um baterista de rock que tivesse bateria e curtisse o som que gostávamos... era pau viola. Depois de tanto procurar e esquentar a cuca, fomos encontrar um cara que sempre fora nosso colega de escola: o Fábio Luís. Grande sujeito. Além de colega e amigo, tinha o cabelo grande e curtia Engenheiros do Hawaii. Lembrava o Humberto Gessinger. Currículo fechado. Só tinha um problema: ele não sabia tocar bateria, nem tinha o instrumento. Pô, mas o cara tinha discos (bolachões, os antigos LP’s) dos Engenheiros! Ficamos radiantes e contentes quando ele aceitou e disse que estava pra comprar uma batera. A banda ia sair. Ainda faltava uma guitarra pra mim e um contrabaixo para Marco. Mas isso era um detalhe, o mais complicado estava certo: o batera. Passaram-se alguns dias. As cordas estavam garantidas. Íamos conseguir uns instrumentos emprestados. Mas o Fábio, ainda nada com a batera. Passaram-se mais outros dias e nada. Outros tantos de dias e nada. Até que vimos que essa batera e o batera na verdade não estavam tão certos como imaginávamos. Conversamos com Fábio e ele disse que não ia dar. Tranqüilo, o cara era nosso amigo. Só perdemos um tempo precioso em cima de um instrumentista, ou pelo menos de um futuro instrumentista. Voltávamos à estaca zero. Novamente faltava um baterista. Mas não saímos no zero a zero. Já era experiência para nossa vida de músico. Além disso, comprei O Papa é pop, dos Engenheiros do Hawaii, na mão de Fábio. Um tanto arranhado e pulando. Mas era dos Engenheiros do Hawaii!


Fabio Cruz