Eu e Marco, já estávamos esperançosos com a indicação do baterista de Paulo: Sandro. Afinal depois das tentativas frustradas era Sandro ou nada. O primeiro dia de ensaio foi marcado. Foi numa tarde de... Lembro que estava muito ansioso por conhecer o batera, e de ouvir nosso som com uma bateria tocada ao vivo. Da vila até a casa de Marco foi uma longa caminhada de sol na moleira e de pensamentos positivos. Após chegar à sede da banda, não demorou, e chegou ele... O cara, o Bocheca, o Sandro Bochecha. Claro que nesse dia ele ainda não atendia por essa alcunha. O cara chegou na maior pressão, com uma camiseta do Rock’n Rio. Fiquei impressionado e um tanto nervoso com aquilo. Imaginei logo “Pô, ele deve tocar muito, tem até uma camisa de rock”. Ele se dirigiu até nós, falou conosco. Até então não havia visto as baquetas. Foi quando, depois de me cumprimentar, e se dirigir até Marco, vi aquele volume na parte de trás da camisa... Pô o cara colocava as baquetas presas no short, por baixo da camisa. Que demais! Na minha imatura concepção de música e de mundo, achei aquilo fantástico. Fui ao êxtase quando vi que o cara tinha o próprio pedal. Na verdade, não era bem um pedaaaaaaal! Era uma geringonça, um Franstein, que ele chamava de pedal. Lembro que era feito com garfo e corrente de bicicleta. Hoje vejo que o velho Bochecha era muito criativo e inteligente. Se não fosse aquele “pedal”, Os Guardas não sairiam do zero. E deu certo. O ensaio foi fantástico, a nossa empolgação foi até onde não mais podia. Foi uma alegria danada. Foi assim que os guardas da Fronteira começaram conquistar o mundo! Na verdade não conquistamos o mundo, mas tocamos em Cachoeira e Mangabeira. E o Bochecha, era o Cara.
SINDROME DE ESCRITOR
Nossa amizade não foi feita na porta de um bar: entramos no bar e bebemos uma lá dentro
terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Guardas da Fronteira: O Cara
Eu e Marco, já estávamos esperançosos com a indicação do baterista de Paulo: Sandro. Afinal depois das tentativas frustradas era Sandro ou nada. O primeiro dia de ensaio foi marcado. Foi numa tarde de... Lembro que estava muito ansioso por conhecer o batera, e de ouvir nosso som com uma bateria tocada ao vivo. Da vila até a casa de Marco foi uma longa caminhada de sol na moleira e de pensamentos positivos. Após chegar à sede da banda, não demorou, e chegou ele... O cara, o Bocheca, o Sandro Bochecha. Claro que nesse dia ele ainda não atendia por essa alcunha. O cara chegou na maior pressão, com uma camiseta do Rock’n Rio. Fiquei impressionado e um tanto nervoso com aquilo. Imaginei logo “Pô, ele deve tocar muito, tem até uma camisa de rock”. Ele se dirigiu até nós, falou conosco. Até então não havia visto as baquetas. Foi quando, depois de me cumprimentar, e se dirigir até Marco, vi aquele volume na parte de trás da camisa... Pô o cara colocava as baquetas presas no short, por baixo da camisa. Que demais! Na minha imatura concepção de música e de mundo, achei aquilo fantástico. Fui ao êxtase quando vi que o cara tinha o próprio pedal. Na verdade, não era bem um pedaaaaaaal! Era uma geringonça, um Franstein, que ele chamava de pedal. Lembro que era feito com garfo e corrente de bicicleta. Hoje vejo que o velho Bochecha era muito criativo e inteligente. Se não fosse aquele “pedal”, Os Guardas não sairiam do zero. E deu certo. O ensaio foi fantástico, a nossa empolgação foi até onde não mais podia. Foi uma alegria danada. Foi assim que os guardas da Fronteira começaram conquistar o mundo! Na verdade não conquistamos o mundo, mas tocamos em Cachoeira e Mangabeira. E o Bochecha, era o Cara.
sexta-feira, 12 de novembro de 2010
"Pedrus Flamejante"
As noitadas nos bancos de praça eram longas: ficávamos ali, conversando, contando piadas, ouvindo um som ou fazendo um com os violões. Hoje, eu até entendo porque quando encontro meus amigos ficamos até altas horas, - quando não amanhecemos o dia - conversando; mas naqueles tempos, nos víamos na escola, na rua, íamos às casa de cada um e ainda assim estávamos costumeiramente a ficar nestes esquemas.
E eram vários os esquemas. Lembro que, de certa feita, resolvemos tocar numa noite de Natal (ou Revellon?) em uma praça qualquer e, entediados por sermos os únicos a estarmos lá, decidimos ir para a casa do Pedro prepararmos uma bebida para nos aquecer no frio Muritibano. Não tínhamos dinheiro de modo que , seja lá o que fôssemos fazer, teria de ser na base da "reciclagem" e "reaproveitamento".
Na casa de Pedro, pegamos umas sobras de vodkas, whysky, conhaque, colocamos tudo no liquidificador, misturamos mais umas frutas, açúcar e acho que até leite foi no caneco! Estava feito: uma coisa que batizamos de "Pedrus Flamejante" em referência ao "Homer Flamejante" do episódio "Flaming Moe´s", do desenho "The Simpsons".
Ao contrário do desenho, porém, o "Pedrus Flamejante" tinha gosto de tinta... de tecido! Não servia como tinta, é certo, pois ainda guardava um forte cheiro de suco de manga. Mas não conseguimos beber e chegamos a encher um pet de dois litros para "garantir" a noitada. Ao voltarmos para a praça, no entanto, encontramos um dos "bêbados de rotina" da cidade. Pensando em dar um bom destino à nossa iguaria, doamos todo o seu conteúdo, com a garrafa e tudo, para o necessitado rapaz, que o aceitou de muito bongrado e o levou seguindo o caminho que já fazia. Só lembro que, no dia seguinte, o Paulo disse que viu o cara todo "arrebentado" (machucado) em uma das ruas da cidade. Ficamos sem saber que outra propriedade do "Pedrus Flamejante" não descobrimos...
quarta-feira, 10 de novembro de 2010
Farofa dormida ou dormir com a farofa? (Parte II)
Cristiano
terça-feira, 9 de novembro de 2010
"coisas" de Fábio...
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
Weeeeeeeeeetooooooooooo
Guardas da fronteira: begins
Na fase da perigrinação, contudo, circulamos muito, muito mesmo pela cidade, entrando em bandas das mais diversas, todas principiando, ou nós fazendo propostas a pessoas que nos eram apresentadas. Claro, sempre bandas de Rock, mas com músicos não tão roqueiros assim, pois os verdadeiros, de gerações anteriores, como o Eduardo, Cesinha, meu irmão Cristiano, Sandrinho, dentre outros, estavam fora do páreo, seja por já estarem encaixados, seja porque (agora entendo) éramos pirralhos...
Em uma dessas tentativas, conhecemos o Henrique, baterista. Bem, ele se apresentou como sendo e até deu para nos enganar quando na casa do Anderson, um grande amigo de infância e com o qual tentamos também fazer uma banda com ele nos teclados, ele - o Henrique - sentou numa e, digamos, "marcou o compasso". Naquela altura e com a decisão acerca do Fábio Luís, resolvemos chamá-lo para ser um "Guarda da fronteira".
Posto e feito, passamos a ensaiar em sua casa, num bairro distante do centro da cidade chamado "Paraguai", meio que como uma ironia do destino: o nome da banda passou a ser associado ao fato de estarmos lá, "na fronteira". Mas isso foi só mais uma tentativa, talvez a primeira somente comigo, com Fábio e mais alguém. Logo percebemos que Henrique não daria p´ro trampo quando tentamos, junto com ele, tocar uma música que na época já considerávamos fácil e levamos dois ensaios para isso... sem conseguir. Depois dele, o mesmo destino nos levou a Sandro. Aí sim entramos no "Anno Domini guardo-fronteiriço". O que ficou desse período, realmente, foi o quanto obstinados fomos e a figura de nosso primeiro "baterista", o Henrique, que apesar de ter o instrumento, assim como o Fábio Luís não sabia tocar. Aliás, como os outros, "Henrique" não era seu nome verdadeiro e chegamos até a saber, certa vez, seu nome de batismo. Mas, como toda pré-história, essa informação será sempre uma estimativa.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
Guardas da fronteira: a saga começa.
Parte I: Uma sociedade sem batera.
Bem, quem reconhecer esse título como uma música dos Engenheiros do Hawaii, está certo. Inclusive esse não é só o título desta crônica e da música em questão. Era também o nome de minha primeira banda( de rock, é claro) com o velho Marco. Entre os amigos, Marco Doido. Nunca entendi esse apelido; sempre foi um cara tranqüilo, calmo e sensato. Acho que isso era coisa de Mémé... o velho Alex da outra crônica. Não sei bem ao certo, mas transcorria o ano de 1995 ou 1996. Eu e Marco corríamos de baixo para cima as ruas de Muritiba City à procura de um baterista para nossa banda. A coisa não era fácil. Cidade de interior, da Bahia, encontrar um baterista de rock que tivesse bateria e curtisse o som que gostávamos... era pau viola. Depois de tanto procurar e esquentar a cuca, fomos encontrar um cara que sempre fora nosso colega de escola: o Fábio Luís. Grande sujeito. Além de colega e amigo, tinha o cabelo grande e curtia Engenheiros do Hawaii. Lembrava o Humberto Gessinger. Currículo fechado. Só tinha um problema: ele não sabia tocar bateria, nem tinha o instrumento. Pô, mas o cara tinha discos (bolachões, os antigos LP’s) dos Engenheiros! Ficamos radiantes e contentes quando ele aceitou e disse que estava pra comprar uma batera. A banda ia sair. Ainda faltava uma guitarra pra mim e um contrabaixo para Marco. Mas isso era um detalhe, o mais complicado estava certo: o batera. Passaram-se alguns dias. As cordas estavam garantidas. Íamos conseguir uns instrumentos emprestados. Mas o Fábio, ainda nada com a batera. Passaram-se mais outros dias e nada. Outros tantos de dias e nada. Até que vimos que essa batera e o batera na verdade não estavam tão certos como imaginávamos. Conversamos com Fábio e ele disse que não ia dar. Tranqüilo, o cara era nosso amigo. Só perdemos um tempo precioso em cima de um instrumentista, ou pelo menos de um futuro instrumentista. Voltávamos à estaca zero. Novamente faltava um baterista. Mas não saímos no zero a zero. Já era experiência para nossa vida de músico. Além disso, comprei O Papa é pop, dos Engenheiros do Hawaii, na mão de Fábio. Um tanto arranhado e pulando. Mas era dos Engenheiros do Hawaii!
Fabio Cruz